terça-feira, 19 de abril de 2011

Infelizmente crescemos!


A complexidade do mundo, do homem e as suas relações são visíveis. Ninguém em sã consciência provido do mínimo de inteligência descordaria dessa afirmação – pelo menos não da sua essência –.
Então porquê insistimos enxergar os acontecimentos em nossa volta como fatos simples? Como situações que dispensam qualquer tipo de reflexão?
Comodismo. Estamos vivendo na época mais cômoda da humanidade. Em outros tempos, há cerca de quatro, cinco décadas, os estudantes iam às ruas em movimentos bem estruturados e organizados para sustentar uma idéia ou impor melhorias.
Atualmente o egocentrismo exacerbado e a cultura dominante do individualismo agem como um tsunami que destrói não só a sociedade, mas principalmente a própria pessoa que não pertence mais a si. Digo isso visto que o ser humano deixou de exercitar a sua característica intrínseca, o pensar - por puro comodismo.
Temos portas abertas a nossa frente que nossos pais não tiveram. E nem sequer olhamos para elas. Simplesmente porque é mais fácil deixar as coisas seguirem o seu curso natural, e pensar a melhor maneira de não sermos prejudicado pelo futuro iminente, mesmo que isso signifique ter que agir de forma totalmente conflitante com os nossos princípios.
Pensar cansa. Ir contra aquilo que é posto é desgastante. No inicio é uma luta solitária e são poucos os que conseguem aguenta-la até que os reforços cheguem. Mas nada justifica a atitude dos homens de hoje em cruzar os braços e esperar.
É justamente esta a atitude que esperam aqueles que se beneficiam com o nosso silêncio. Somos marionetes em um mundo no qual os ventríloquos não se mostram. A teia que nos envolve e os oleiros que nos modelam retiram a nossa essência.
Entristece-me saber que com o passar dos anos e com o crescimento do corpo a nossa busca pelas ‘verdades’ fazem o caminho inverso.
Quando bebês não suportamos permanecer muito tempo no lugar onde nossos pais escolheram. Logo aprendemos a engatinhar, a andar e não há quem nos segure! Saímos em busca de conhecer todos os lugares de nossa casa até descobrirmos qual é o nosso preferido. Quando aprendemos a falar queremos saber o por quê de todas as coisas. E não adianta vir com historinhas encantadas e respostas prontas, pois elas não nos enganam mais. Descobrimos a força das perguntas. O por quê é a nossa grande arma. Aprendemos a observar os detalhes. Aprendemos a não confiar cegamente nos adultos, pois eles mentem para que fiquemos quietos. O chocolate prometido nunca chega.
E quando finalmente aprendemos todas essas coisas e teoricamente estaríamos prontos para receber as informações e saber questiona-las; saberíamos que não devemos acreditar facilmente nas promessas dos políticos porque é muito fácil prometer algo para conseguir o que se quer. Como em um passe de mágica crescemos e esquecemos todas essas coisas. Esquecemos dessa força interior que nos impulsiona a querer sempre mais. Esquecemos que a nossa arma contra todas as coisas é a nossa voz e o nosso pensar.
Infelizmente crescemos e deixamos para trás a magia de ser criança. Sábio aquele que diz que o futuro está nas mãos das crianças. Pena que nós crianças crescemos e esquecemos as promessas feitas de mudar o mundo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Eu e meus pensamentos....

                   Impossível tomar uma decisão sozinha quando ela envolve dois destinos. Por mais que seja preciso decidir por mim, e não pelos outros, já há um bom tempo não consigo pensar em mim sem pensar - mesmo que indiretamente - nele.
Olho-me no espelho e enxergo uma pessoa melhor. E isso sem dúvidas tem uma parcela inquestionável da presença dele em minha vida. Dois opostos. Um equilíbrio.
No final, a palavra não dita, a diferença não questionada e a sensação de perda de identidade gritaram em meu interior. Não pertencia mais a ele. E dei-me conta de que não me pertencia já há um tempo.
Outras pessoas foram aparecendo e colocando sorrisos novos em meu rosto. Amizades bonitas. Que me alegravam e faziam que eu esquecesse aquele conflito sentimental. À vontade de ter os meus antigos sorrisos mais constantes e presentes foi aumentando.
O pensamento de estar prendendo e privando-o de conhecer um lado da vida que ele não conhece - que eu já provei um pouco e é muito bom - me atormentavam. Pois os momentos são únicos e precisam ser vividos naquele exato instante, porque não voltam.
O tempo seria a melhor escolha, o melhor remédio. Assim foi feito.
Mas isso não deu certo pra mim. Quer dizer não totalmente.
Os momentos com os amigos são maravilhosos. Os planos. Os sorrisos. Dei-me conta da falta que me faziam.
O cotidiano não permitiu que a ausência dele fosse percebida de imediato. Ela foi bater na minha porta à noite, depois de um dia divertidíssimo. Covardia. Estava despreparada. Mas é assim mesmo. Tive que aceitar o não abraço. O não beijo. Nessa noite repousei em pensamentos que ao mesmo tempo me levavam ao céu e ao inferno.
Não sei se já foi o suficiente para nós o tempo. Não sei se nossos objetivos foram concretizados e as expectativas sanadas. Não sei o que quero. Não sei se realmente não sei o que quero ou simplesmente estou evitando sentir – fiquei confusa com essa confusão! -.
Existem inúmeros fatores que me fazem hesitar. A balança entre as escolhas não favorece nenhum dos lados.
Por isso decidi deixar as coisas acontecerem. Na hora certa tudo se ajeita. O que não vou permitir mais é que o comodismo fale por mim. Dar-me-ei o luxo de viver a eternidade de cada momento de modo a não me arrepender das coisas não feitas, e muito menos das feitas.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Amigos

Dizem que amigos são como anjos que aparecem para facilitar e dar vida a nossa trajetória pelo mundo.  Eu inverto esse pensamento. Os anjos que são como os amigos.
É incrível como eles conseguem melhorar o seu dia com um simples olhar, um abraço compreensivo ou uma boa gargalhada. São com eles que dividimos os melhores momentos de nossa vida.
Muitas coisas podem ser deixadas para um segundo plano. Outras não. E entre estas estão os amigos.
Por isso vou deixar que as palavras falem sobre eles. Pessoas encantadoras que fazem minha vidinha se tornar um conto de fadas.
Alguns mais presentes, outros distantes fisicamente, mas todos e cada um em particular são únicos e sabem como me fazer bem.
Não troco nada – ou quase nada! – por um tempo especial com um amigo. Por esse motivo já apanhei um pouco; pois insisto em ver o lado bom das pessoas.
Tal insistência é lógica para aqueles que me conhecem, não sou nem de longe uma das pessoas mais boas do mundo, pelo contrario confesso que em vários aspectos sou má. Mas mesmo sendo má, tenho um coração compassivo. Sou verdadeiramente duas faces de uma mesma moeda, e aqueles que me dão a oportunidade de mostrar a moeda inteira – desculpe a modéstia – descobrem a pessoa encantadora e viciante que sou.
Claro, alguma das minhas grandes amizades começou como inimizades, umas mais sutis, outras sem sutileza nenhuma. Assim aprendi a não me apegar a primeira impressão. Por este motivo insisto nas pessoas.
Voltando aos amigos, não sei o que seria da minha existência sem eles.
Uns em especial são minha alma gêmea. Uma extensão de mim mesma. Outros, no entanto tem traços tão diferentes que chego a duvidar que realmente somos amigos. Mas esse é o encanto. Consigo me equilibrar com eles em volta. Não sou nem certa nem errada. Nem realista demais nem sonhadora ao extremo.
São poucas as coisas que tenho certeza e uma delas é que não sou do tipo que passa pela vida das pessoas sem deixar marca. Meus amigos sabem disso. E gosto das pessoas que também são assim. Pessoas que marcam. Fazem questão de ao serem lembradas trazer consigo um sorriso no rosto.
É por isso que minha vida é sorrir. A todo instante tenho amigos que despertam em meu rosto sorrisos sinceros, de saudade e de carinho.
                 Movo céus e terras por esses anjos. Mato e morro por meus amigos.