sexta-feira, 4 de março de 2011

Problemas



Em toda minha trajetória, mesmo não sendo ela tão longa, nunca me deparei com uma pessoa sequer que não tivesse problemas. E eu me encaixo no topo delas.
Algumas insistem em fazer destes, grandes monstros. Impossíveis de se combater. E permitem que destruam sua vida, ou pior, o prazer de viver.
Analisando a origem da palavra problema, do grego próblema, “atirar para a frente”; nos transporta a idéia de que se atirarmos alguma coisa à nossa frente em vez de lidarmos com ela agora, poderemos tropeçar ou ser de alguma forma atrapalhados por ela mais adiante.
Por isso temos tantos problemas. Com nosso “jeitinho” de deixar tudo para ultima hora, esquecemos que a melhor coisa é encarar todos os obstáculos que surgirem na nossa vida.
Adiar não faz o problema desaparecer, nem diminuir. Ao contrario, permite que ele cresça, que penetre em nossas entranhas e nos domine.
O filho primogênito do problema é o medo. E ele é cruel. Impiedoso. Pior que a droga mais forte. Ele nos faz prisioneiros de nós mesmos. E fugir dessa prisão é para alguns, quase impossível.
É um dogma do ser humano ter receio do novo, a primeira vez de tudo, e de todos, é cheia de tabus. Não será diferente – posso afirmar por experiência – a primeira vez que enfrentar o medo, e resolver parar de atirar para frete aquelas coisas que precisam ser solucionadas e encaradas. Não é fácil. A dúvida de estar fazendo a coisa certa ou não, a insegurança... Tudo parece conspirar para continuarmos a adiar.
Não se engane. Não se deixe enganar.
A vida é algo tão passageiro quando nos prendemos a coisas que não nos fazem bem. É tão boa a sensação de euforia, que nos envolve, e nos mostra que estamos vivos. Então porque se permitir morrer?
Não costumo sentir pena. Mas é impossível não atribuir este sentimento àquelas pessoas que estão vivas, mas não vivem. Não desfrutam o prazer de estarem vivos. Não apreciam o instante eterno de cada momento. Pois estão sufocados pelos seus problemas.
Nenhum problema é maior que nossa capacidade para enfrenta-lo. E eles não servem para nos diminuir. Ao contrario, nos engrandece. Nos permite a superação. Ultrapassar a barreira imposta por nós mesmos e pelos outros, e seguir o caminho da autosatisfação.
Reaprendi a me amar. E isso só aconteceu quando respirei fundo e parei de reclamar dos meus problemas, atribuído a eles dimensões catastróficas e enxerguei-os como realmente eram, como realmente são. Pequenos diante minha capacidade de supera-los.
Cresci. E espero não cometer o mesmo erro de deixar que o medo me aprisione e me induzir a fugir dos meus problemas.
Permita-se viver, assim como estou me permitindo.
Carpe aeternitatem...

2 comentários:

  1. Que lindo amiga das suas palavras, adorei ler todos os seus textos, achei tudo lindo, não sabia que vc tinha esse talento, realmente vc esta de parabéns.
    Adorooooooooooooooo mto vc...Mari

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  2. '' O Filho Primogênito do problema é o medo''
    Confesso que estou boquiaberto, e que minha vã sabedoria sucumbiu ante as estas palavras( em geral). Fui compelido a pesquisar magníficos e nobres significados, para compreender e apreender o conteúdo exposto.
    Parabenizá-la(o) seria um ato infame e asco, advindo da minha mísera pessoa.
    Por obséquio a(o) autor(a) ficarei aqui, Inexpressivo.
    Nobilitante por primazia.
    E. Alves

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